Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de novembro 24, 2012

BRAS/EROS

Quero-ver-te a fenda onde aportas asas e vivificar-me o açular das brasas E em meio a meios no vale dos montes deixar meus receios fluindo nas fontes Quero ver-te a boca envolvendo a ponta e socar-te a louca fúria na garganta E assim juntar em Eros dispostos numa hora audaz nossos céus opostos

A ARANHA ARRANHA

A aranha feita De desejos-árvore Monta teia enorme Para um sol de mármore. Enredando o signo, A aranha arruma Crenças em costura Com letras-agulha. Versa com coragem: Sendo algoz e vítima Da palavra em teia Com seus cortes íntimos.

POSSIBILIDADES DE ÁRVORE

Sou menos e nesse menos há mais possibilidades. Sempre estou por encher.  Procuro uma clareira com um porão para guardar. Preciso embainhar o cheiro que há na obra de aspiração florestal. Preciso de uma febre que há nas folhas do dia quando escrevo. O que me fortalece é ter caído sob machados algumas vezes.

ALFINETE NO SOL

Acácio é que diz: "Aquele que você olha  mais de perto não existe." Eu não tenho certeza como a deste poema  aqui que você existe pois o perto para alguns é tão longe quanto o lugar em que mora a menina que tu eras quando estourou o Sol  de dentro com um alfinete.

CACOS DE UM OPERÁRIO DE LETRAS

Cacos melados de minha mente rolando pelo morro de Sísifo abaixo. De minha mente que não se conhece desde o minuto passado. De minha mente primeiramente tecida enquanto o fígado de um africano recebia bicadas. De minha mente que insiste em funcionar pela luz que chega de outros prometeus e ícaros. Cacos de cera e pólen em meu pensar num barulho de avalanche. Cacos operários de minha mente de pensamentos apaixonantes. Vai rolando abaixo e nem sei nomeá-la com outro nome que não seja o verbo amar.

NEGAR O QUASE-PÓ

Quando chegarmos à velhice ..peraí, eu já cheguei. Deitar, em ti, decúbito ventral. Cair em teu quintal de desejos antigos. Quero em ti criar poemas de ralar umbigos. Quero o prazer do mergulho no teu sexo não ambíguo de vários anos de idade. Quando...espera, estou aqui. Sei que podíamos delir. Também ressentir sentidos. Bem que podíamos foder enquanto ferver o sangue e seja possível negar a ilusão que somos no tato posto de relarmos o duro no rachado pomo.