Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro 21, 2014

PARA A SULAMITA

Ébano dos carros do faraó, peço-te a penungezinha do amor, meu pelinho luzidio de amor tenro, pombinha verdejante de cedro, nardinho de vinhas amáveis, seiozinhos bexiguinhas de ternura, quero-te os abraços-colares de carinhos, beijozinhos como glóbulos de cânticos, sexo saquitel de infinitozinhos, crina doce de uvinhas da derradeira vindima, a que apascentes meu tremor secreto

VENS Ó MÃE, ACALMANDO

Vens no rastro das coisas permanentes no côncavo da tarde com manhãs de amor embrulhadas, que depositas na cadeira de ouro do descanso. Teus cabelos inventam espaços cachoeirando cachos pintados de infinitos eternos. Vens no fugidio do tempo trazendo cacos de espelhos em pétalas, pedaços de ser antigos que preenchiam vasos de lua. Teus cabelos são salmos  narrados  pelo luar na quilha  das caravelas atemporais, onde descobertas dão paz. Vens acalmando veredas e acelerando os córregos, dando tremor às rochas, curvando os lábios dos ipês, e ainda está longe a vindima anunciada na esquina do útero, enquanto uvas te espremiam.

NO LIMITE

A rosa que levanto dos ranhentos roseirais A rosa que levanto do que vejo nos quebrantos A rosa que levanto olhando os mendigos tantos A rosa que levanto ao desfolhar espelhos A rosa que levanto da memória em vermelho A rosa que levanto dos espinhos que acoberto A rosa que cubro de aço como espada que desfio enquanto abro o compasso no limite que me crio é a rosa que alimento com meus passos de água e papel