Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de novembro 2, 2012

INCLINADO

Meu voo foi inelutável pro corpo da poesia e meu alvo foi exatamente o infindo sentido, que latejava sob a nuca.  E como fazer outra coisa que não fosse colocar o tato do espírito armado sobre a poesia vítima trimegistal? Só admiti - a vomitar - desintimidades sobre o papel mas meu ser não sonha ir além das difíceis digestões. Minto assim às vezes. Só tu sabes da minha escrita. Por isso, é que me enxergam como um poeta -estar inclinado ao nada, ocultando o espaço-ser de si.

A DONA MINHA PARENTA (NOSSA VIDA COMO É)

A Dona, Minha Parenta, Vende uma casa com tudo Da vida, como ela é nossa, Em carne, rubor e prosa, Soando em tábuas rangentes Vozes de loucos parentes Com seus pecados rotundos. Vende esta casa imunda, De conteúdo bem sacana E parentela sem prumo. Com gozos ao pé da escada, Revelando pés, virilhas, Incestos, taras, manias, E a nudez mal castigada De um anjo retraído, É esta casa formada De recônditos desejos. A Dona, Minha Parenta, Vende, mesmo a baixo preço, Seus caros, profanos, veios. Vende jogador e puto, Vende velho dissoluto, Vende pai incestuoso, Vende moça virgem-puta, Vende amante em pleno gozo, Vende moço na banheira, Vende cozinheira boa, Vende aeromoça, beata, Vende marido com saia E mulherão com biquini A passear pela sala, Té puta de Mancha Roxa, Vende moço arrependido E traída namorada, Vende moçoila lesada, Vende mulher costureira Com carne na geladeira, Vende dançador de tango Noivinha pronta, mãezona Com fogo no pé-da-cona. Mas pra não dizer que engana Eventuais compr

O VENTO E A CHAVE

O vento magoado porque um ônibus morreu e ninguém ligou ao sexo  de sua morte porque quando morreu a rua estava sem esperanças A chave que abre sopra o coração no jornal agora que crianças morreram dentro do ônibus

ABENÇOADOS OS DONOS DO INGRESSO

Mais de um H de princípios adversos entrou na campanha da montanha russa, um de cada vez com estátuas de santinhos, imagens etc. etc. enquanto do outro lado esperavam a vez alguns cães com fome e amor de coceira, aguardando que a montanha russa parasse, a que eles tivessem vez  e fugissem  da sopa rala de farinha e ossos quebrados que aos cães servem os donos do ingresso.