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Mostrando postagens de janeiro 11, 2016

É O QUE NÃO É

O viver, minha senhora, é tecer tempo e saber. Cabe o viver numa hora ou avança até morrer. Quando pensamos em tê-lo, foge no espaço a sofrer. A vida é pano que esgarça, se a tecemos com cansaço nos ombros frágeis da alma. Ao tempo morde com força, a esperar nossa febre, silente em seu alvoroço. O viver, minha senhora, sempre amor/ódio bebeu e todo envolvido em chamas consome o que não morreu. Quando pensamos que é nosso, o viver vai-se. F........

DA MARESIA METAFÍSICA

Da maresia metafisica, onde deuses antigos em decadência exercitam sua saudade ontológica Sobre as orlas das ondas, o sangue do último deus ou deusa, do último acordo, braço de espuma, vemos sua garganta de verdades dissolutas, Suas grandes narinas pretensiosas, seus ombros onde carregava o mundo, era grego ou grega, falava/pensava grego, escrevia vidas/contos em grego, dele não falavam as bíblias em grego, ninguém entendia Mendigos gigantes não tem o que comer em seus delírios Um minotauro sorri no rádio, tenta ganhar o seu pão Na esquina uma hetaira, outrora santa, espirala um cigarro Pequenos sátiros comercializam drogas e cantam com palavras de baixo calão Os corruptos, estes, nem se fala disparam cifrões arenosos pelos ânus das alianças Mas as formigas, ah as formigas, estas não param sua faina carregando as folhas, alheias à metafísica deste dia