Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de setembro 8, 2013

MAS VEIO E LASCOU

Éramos amigos. Levezas sustentavam nossos mares. Sempre um sorriso quente a chover. Sempre uma quentura mole no olhar mútuo. Sempre um cuidar para que o outro não acinzentasse. Mas veio o poder e passou-nos a mão na cabeça. Um iceberg gerou-se em nós e começou a afundar nossos navios.

FLORES NO ASFALTO

Flores no asfalto, Placas assassinas Ante carros ingênuos. Grita o sangue fátuo Nas calhas corpóreas, Arruinados passos Na selva urbana - bombas, Nos pesadelos gráceis,  Nos beirais das densas, Sujas rosas de lixo. Entre peles de lata, Com besouros fósseis. E no entorno vozes de I-pods i-púbis i-pads De shoppings físseis. É assim que o esquife, O túmulo sempre se abre Para consumos dos povos Calcificados - classificados, É assim em dourada remela. Assoa o nariz e o limpa  No papel da bala-neon Que só compramos  Pra manter as diferenças  De sofás nas salas.

HABITAR UM TEXTO

Metáforas líquidas Afogando palavras. Leituras em pretexto Como receitas certas. Poemas tudo a escrever Com substância de nada. Habitar um texto e ser Lugar de intenções.