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Mostrando postagens de julho 17, 2014

DIÁLOGO COM LÉO

Ao fim, a morte veio  Devagar. Talvez Uma poesia  Te encante no ar. Ou aquelas gueixas  De sampa f açam-te  Uma ponte sobre o rio Do ontem Para alguma arcádia  Ou pasárgada pastoril. Ou aquele filho Natimorto em abril Um mito reconstitua Às tuas naus verbais. Ou aquela moça irmã da outra Trance umas asas colossais De Ícaro para ti, a  que voes ao mar Das amenidades jovens. E ainda aquela, aquela, Lembras dela? Que sorria sem verdade,  Sorria feito a morte Na escuridão da tarde, E do quarto, ao corte Do amor-canção... E que algumas poesias Dos amigos, nós, não melhores Que teus versos tristes Sejam ressurrectas por aí.  Quero que tenhas nesse lado (um lado inventado pelo amor), Onde todo pó é alma-estrela, Bastante poesia pra comer. Dizem que os poetas têm Estômago próprio e verbal... Aqui, mil olhos botam espanto Nos poemas que deixaste Por nascer. Tentamos ainda Um desfibrilador de alma Para o ser de tuas letras.

FERVURA

O amor é sua própria fervura e um jeito de acenar ao centro que fora se torna ou nunca faz, é como ousar temperos com aumento de gosto de um sempre falaz Você pensa num rosto e ensolara, você abarca reinos, e se afoga bem dentro em si, de um jeito vasto no sol que ao peito explodirá Ficamos sem poder andar, a fritar-nos, a fritá-lo sem saber um fio