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Mostrando postagens de janeiro 22, 2014

REDEMOINHO POR ALICE

Vejam o redemoinho. Outro amigo morreu entontecido nos olhos por uma beleza impiedosa. No ginásio sorríamos comentando sobre a aranha dela bisbilhotando o banheiro das meninas. Vejam o redemoinho que ela provoca quando pisa. Há um coelho correndo ao seu encontro. Estamos protegidos por um fauno de devoção. Seus olhos são cardumes de pura sensação. Há um destino de xadrez em torno da beleza dela. Há cartolas em todos os cantos. Fazem mágicas  por seus buracos. Há chás todo tempo. Lenços no redemoinho. Então, talvez a gente deva atingi-la com pedras de auto-estima e constelações  de brio.

SENTIR PARA O FIM DO MUNDO

Os músculos doem do sentir que se virtualiza  na tela de ossos. O ser que já apagou  absolutos de pensar teima em deitar  fora dos relativos no entanto. Hoje, o tempo está morno.   Os músculos de minha alma por serem do espaço interior sentem metas vítreas. Há sentir suficiente aí para o fim do mundo.

ESCREVO

Escrevo para o vazio. Para o cheio.  Para o começo. Para o fim.  Para o meio. Escrevo como um jeito De traçar uma rota Interrompida a espaços Por um deus perdido Para não chegar logo A um lugar inverídico.

MINHAS GOTAS VÃO

Este poema não tem varandas. Não é uma casa pronta. Estou fazendo-o agora. Sento aqui nesta nuvem Que pra mim fiz, Ela não chove em mim, Mas eu chovo Assim Nela. Minhas gotas vão pra cima pra banhar deusas e musas de véu. Soando onde piso, Sem as vãs firmezas Do concreto.

UM DIA APRENDO

Um dia aprendo. Agora, não sei. Sei que vou de súbito. Como aprendi que estou a nascer. Um dia, recolherão Vidas que tive Do varal do tempo sem vento. Que mãos, não sei. Sei que vão.

OLHANDO PRA FORA

Atravesso o tempo Me equilibrando entre O sentimento E a razão. O varal arrebentou. Comprei outro. Arrebentou de novo. Minha consciência fugiu. Soltou da corrente. Mas quando teve sede, Ela voltou. Fica o dia todo, agora, olhando pra fora .