Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro 9, 2013

A MENDIGA DA NAVE DE PLÁSTICO II

De qual paraíso ou planeta ela veio, eu não sei ao fim e ao cabo. Um lugar onde ninguém ousou ir? Não de Atlântida ou de Xanadu. Mas, sei que passeia entre latas-meteoritos. E que não tem emprego , afeto, skate. Conhece toda a cidade quando acorda para esquecer quando se deita. Se alimenta com as pombas. Banha-se com os sapos. E aposta cuspe à distância com ratos e colibris. Já a vi comer das mãos inseguras de uma senhora com bengala e de emaranhadas barbas sombrias. Sim, seria uma boa empacotadora. Cata sacos como ninguém. Se veste de modo independente. Se quer mijar, faz no canto da Igreja Bem na madrugadinha escondidinha. Conseguiu a permissão dos santos. A família Santos dona do terreno não deu permissão mas deu fogo. Ela é uma astronauta urbana. Sacos plásticos compõem barulhentos o recheio de suas cinzentas roupas. Há cheiro de merda e urina e incômodos quando ela anda e desanda e tresanda. Ontem, a encontrei num ônibus. Isolad