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Mostrando postagens de março 24, 2014

ENTRE OS VÃOS

A distância entre os vãos É curvo revólver. O gatilho: Nós. O combate entre nós Veio de fora do fogão. Do abismo das ausências. Só à cama obedecemos. Há mais no microcosmo E há tanto sexo Dor e flor em rios Longe da foz de dentro. Há mais. A proximidade ilude. Apesar do sexo há O ataúde do hábito Escondendo-nos a alma.

ONDE HUMANO É SER PEDRA

Outra aguarda o momento de ser enterrada até o pescoço e apedrejada. Condenada pelo artigo tal de um Código Penal xis, que prescreve a lapidação por adultério, confessou, em sangue, sob chicotadas convincentes - sempre - ter mantido relações ilícitas. Das cem chicotadas, 99 por "senso de um bom juiz". Há um local edênico todo construído  sobre ossos de mulheres! O anjo que o protege porta uma espada de cálcio. Homens enterrados têm as mãos livres. Mulheres têm terra até o pescoço. Dizem que merecem mais da Mãe-Terra. Lá a humanidade pertence a uma pedra. Que se negou às ordens de uma mão.

ILUDIDO DIAMANTE

Dizem que o poeta se transforma quando ilude interior quimera. Dizem essa verdade como se ilusão houvera . É preciso tê-lo à vista: O poeta é alquimista. Às vezes, d a alma d'antes Faz dentes de dia(amante) .

LIMITES COMO DO QUADRO

É difícil usar as cortadas palavras em gengivas famintas e entrelaçar ossos à alma das tintas secas e lembrar dos limites da bondade como daquele quadro onde um menino etíope olhava fixo em seu desejo de não estar lá, um urubu comendo no buraco de seu ventre um inferno engolido às pressas (novo Prometeu?)