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Mostrando postagens de novembro 6, 2012

MADEMOISELLE

Se você olhar sua dobra mínima  dentro e acima das pálpebras de Deus... Ali se esconde aquela sombra  de pesadelo que era o mundo adulto de seus pais. Quem sabe se você olhar verá o que é impossível  esconder:  homens que em seus buracos puseram objetos sagrados e agulhas de humilhação. Os dedos dos juízos da esquina e adjacências: naqueles sinais do pescoço: nossos julgamentos. Quase escondido um ponto de depressão você verá. Só juntar um com o outro para o ruir da tua consciência. Há marcas ali sugerindo novelas de horror.  Outras aqui sugerindo suspenses inelutáveis e cinemas com cheiro de urina. Chamam-na de  Putaselle. Sequer ela conhece a França embora tenha um edredom com desenho da torre. Um edredom todo azedo de inúmeros vômitos. De quem é a imagem no espelho que ela mata toda manhã? O espelho não reflete o seu nome todo. Só o Puta.

PITANGUEIRAS-GALÁXIA

Sempre há um som concentrado, um também pra desconcentro; se há um tal que faz um dado, há outro que faz um cento. Sempre um trovão de momento, lembrando a chuva passada, quando o suspiro do vento lembra doces madrugadas. Era mais preciso o gesto de escalar galhos, audácias que geravam astronautas nas pitangueiras-galáxia.

QUANDO CHEGARAM OS DEUSES QUE NÃO SE ENTREGAM

Quando chegaram ao campo da alma eu já estava de mente aberta e o corpo embrulhava os olhos e o senso alinhavava a hybris e males tavam lá fora e frios ao que se passava os cães ladravam ao sol e as fendas todas fecharam Quando chegaram ao campo da alma já estava o poema armado e o não-visto usava os olhos e o senso alinhavava a cova e males voavam lá fora os cães ladravam ao sol e as fendas todas abriram sobre o poema apontado Quando chegaram ao campo eu - xadrez abandonado por dois princípios opostos andava meio de lado e enxergava deuses tortos em sapos verdes montados de verdade a estibordo de onde fui defenestrado

ESPERANÇA DE HIERÓGLIFO

Hieróglifo em ternura: O homem lavando as gretas O rosto desfigurado E dando ao filho a sarjeta Coração envenenado De vida cismada em farsa De que alguma coisa mude Quando um tal vereador Surgir por ali, bem perto, Com sua face corada E com pança de doutor

AO AMIGO DE DONS INFINDOS

Se você fizer palestra, Não lhe perco a amizade. Desde que seja humilde E tenha sinceridade. Se sua finalidade For atrair novas feras Pra amada Literatura Ou a leitores que enxergam Nela um novo prazer, Não lhe perco a amizade. Agora, vá se foder, Se a si fizer caridade. ..Mas volte logo depois Pra uma cervejinha esperta, Tenda esse tempo ao calor Ou tenda a ser de coberta.

CUSPE PRA EXCITAR A LITERATURA

Você acha que eu fui sincero Ao cuspir na cara da amiga? A Literatura é minha chapa Desde aqueles tempos das cantigas. E se eu cuspo nela ela me cospe, Tecnicamente, de mentira, É apenas louca fantasia, Dando novo brilho à relação, Evitando a monotonia. Pois eu amo a letra há muito tempo E você nem era acontecida.