Falam de uma corujinha que quando pia faz medo. Dizem gostar de dormir Em espinhoso arvoredo. Espalham notícias más de que ela provoca o frio nas axilas de Deus e no saco do Sombrio. Falam que ela assombrou mil casais de namorados, e matou a sangue frio anjos endemoniados. Falam que caga em destinos, e que a ninguém dá valia. Que contra santos e santas arquiteta bruxarias. Ninguém decifra o seu nome, dizem que mora em jazigos; eu vi que é simples coruja, mas não ligam ao que digo. José diz que ela é safada, faz macumba em várias bandas. Que ela já está marcada para morrer em cirandas. Maria diz sem recato qu'ela polui o que é bento, que de neurônios queimados não possui pensamentos. Mas é só uma coruja que se arrepia com frio. Tá noutro lado do espelho bicando rostos vazios.