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Mostrando postagens de dezembro 16, 2013

BEM BEM

Seria legal além de tudo, bem, Ver o que bebemos nesta mesa Do que corre e foi, se o mesmo sal, Sei, que volta a nós feito saudade. Seria legal rever a foto então, bem, A pele em cio cear no atrito ido, A pose onde o tudo e o nada usamos. Seria bom, benzinho, o renovar banal De um corporal papear num bar antigo. Mas bebemos tudo de uma vez E evaporamos, bem, nossos círculos.

BARCOS DE PAPEL

Já possui barcos. Na verdade, toda uma frota. Era bonito vê-la À beira, sem rota. Duas poças faziam um mar. Havia um barco colorido Feito da Revista Realidade, Havia um barco fedorento Feito em jornal de embrulhar peixes. O seu mar sempre fedia. O segundo barco teve meio dia de vida. Jornal de carne. Acabaram todos logo. Não precisei vendê-los. Amoleceram nas águas ácidas.

NO LAGO

O amor que virou de verde virilha em flores de encontro pelas mãos do quente dia inunda a garganta de anseios pálidos e assim o silêncio coaxado na noite suaviza o dedilhado das estrelas no lago

CLIMAS

Há climas no leito do amor Relevos nas suas células Nessa macieza horizontal Pássaros gritam Atravessando grutas Líquidas placas Rompem oceanos E esmagam peixes

EM PROL DOS CANTOS

Os peixes estavam viscosos  das águas-vivas meladas de golfinhos e marinhas redes. Então, em prol de cantos, ofertei-me. Comecei a ler o jornal para Tritão. Como a indagar de modo líquido sem deixar que o nível estourasse para melhor molhar sonho e sereias. Sonante silêncio agudo fez-se nos corais. Tubarões acenaram com minha camisa de força de enguias. Desembarquei nu e como estava frio confundiram-me com o  iceberg que estava de encontro marcado com o Titanic. Deram-me letras de nichos marinhos. Disseram-me: nada por lá. Observei o "dread" das sereias  na Praia do Perequê. Mas quando mergulhei nos ouvidos, a inspiração pulou no mar.

UM POEMA

Um poema. Sua transparência e suor. Olhar com tempero. Há sempre o real no entorno.

AVALANCHE

Virá quando Adão cumprir a pena. Virá quando Eva for plena. Assim, do chão pro céu amplo.

QUANDO CRESCESSE

Meu primeiro emprego foi guarda-costas. Tinha cinco ou seis anos. Edson Páscoa falou: - Fica aí de olho, tá? E entrou Edson com Regina, Depois de mijar no canto Daquele prédio em construção, Onde pisei num prego enferrujado... Queria ser Edson quando crescesse. Enfiaria o meu prego.