Minha filha quer: - Dezessete livros, pai, pode me dar? - Por que não quer vinte? -Porque não, papai. - Serve um, ou dois? - Dezessete ou mais. Para o aniversário devo arrumar. Dezessete anos ela já fará. E aos preços todos Devo coligir. -Pai, eu posso ser escritora um dia? Claro, minha filha. Se empregar tu'alma com sonho e porfia. Muito valem livros pra entender que os dias de mortos e vivos são indiferentes à nossa alegria e compreender que há luz no traço. Dezessete anos! Dezessete livros! O tempo passando e eu ficando antigo, parca biografia pra livro ou valia de espelho ambíguo. Mas estou feliz, embora ainda caia como um aprendiz. Devo lhe dar, sim, dezessete obras. Livro à alma afia, Com vulcão de sobra. Eu a amo, sabe? Este amor me guia. Há no meu destino cansaços sem trilhos. Nessa estrada há ferros, trens de acerto e erro. E também mentiras Que me juro aos berros. Dezessete livros, dezessete anseios... ...
BLOG PAIXÃO PASÁRGADA, ONDE UM DISCÍPULO DE HOMERO E TÉSPIS OFICIA