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Mostrando postagens de novembro 27, 2012

NUNCA E SEMPRE RESPIRAR

Eu já naveguei por mares oníricos. Avistei praias que me ensinaram areia. Mas aquela sereia que ali morre Numa esquina com jornais-morango, Neste não-onírico mundo na sarjeta, Mostra guelras dormentes de violência Aos meus olhos feitos de letras com pontas. Outra vez me encontro a regurgitar nos papéis. Fico fragilizado diante daquela sereia que ali morre. Meu coração é frágil como um filhotinho. Em meu ser todas as fontes têm poder. Ela quer me impedir de olhá-la com minha solidão. Logo eu que só sei viver assim. Com solidão consigo me mover por fora. Consigo dizer olá com ódio. Consigo matar baratas. E me sentar para preencher processos de horas Cheios de pedidos e revisões de relógios/cérberos. Sem amor consigo segurar a caneta. Caneta que o ser sempre enche de tinta neutra. Sem amor consigo dizer que não consigo senão amar. Eu já naveguei remando com palavras escuras. Tropecei em ondas odiosas que me ensinaram. Corais me ensinaram deste amor vermelho Em

ENTRE OS DENTES DO URBANO

Repensar sobre o começo leva tempo mas Facilita o andar entre roupas velhas. O anjo cagado falando entre os dentes Solta cinza e cheiro de asas queimadas. Há garrafas quebradas, pelo molhado. Deus(a) escorrega e perde o braço direito Esmagado por uma máquina. Cresce Outro braço afinal ele(a) é Deus(a), Muitos a pensar de andar torto O(a) adoram querendo céus. Ninguém entende sua solidão. Trôpegos albatrozes no óleo urbano. Cobertores com pulgas e carrapatos. Raciocinar tocando nos oceanos simultâneos, Até que os tempos terminem em execução. A cabeça com uma mordida de pitbull. Andar birolho sobre os ponteiros Em potência e fúria e poeira. Ler o jornal. E se muita coisa atingir de soslaio Fazer um jardim. Há argamassa para as muretas. E aqueles miolos fazem um bom adubo.

VINHO SOBRE LÁBIOS

O desejo sempre à espreita empurra-nos aos olhos suas cores supostas, abrindo-nos suas costas. Queremos pô-lo a correr, mas pesa sua prosa. Regozijamo-nos em suas curvas oleosas. Ele vem e rouba-nos vontades, verdades de alfarrábios, derramando o vinho sobre nossos lábios. Folgando nos sentidos, marca com sentenças remoinhos nas praias a que a paixão nos vença. Quando o desejo elevou-se no cômoro das deusas serviam paixão nas tábuas dos desmandamentos.

A FRASE QUE NOS LIGA

A frase que nos liga É corpo ou não? Anexo em libido Ou tecla o imo? Delírio ou jardim De amora e romã Ao mar do fim? É tico- Roman? Român- Tico é? Intimista de estilo Ou demora em castelos De lagos de vidro? É de estilo avesso? Ou ora ao pleno encanto O seu molde carola E barroco? Sei do tremor que rege A frase que nos liga em eterno coma

EM TEU CORPO/ÓASIS

Quando veio vindo O teu pé direito, Pressenti no arrasto O teu lado esquerdo. Quando foi surgindo, Não, minto direito; Teu vulto foi vindo, Fez o Caos perfeito. Quando então chegaste, Vi como tu eras. E me antecipaste Sóis de primaveras. Quando o nosso teto Caiu (é mentira)... Sempre deste o veto À minha fantasia. Deus deita na areia, flutuando as bases, querendo enterrar-Se em teu corpo/oásis.

AUTONOMIA DA MULHER

Quantas vezes as queimamos!? Quem sabe o próximo conceito que as vestirá? Descobertas em suas imagens de luz são seiva à árvore do quando-acordarem. São a libertação deste tronco. Então, que tenham próprios espelhos. Outros, mas do Sagrado da Vida. Sair de nosso labirinto: machados fálicos, até que possam devolver-nos as pedras.

O ARTISTA INFAME (OU FASCISTA)

POEMA REFEITO DE UMA QUINTA-FEIRA, 13 de setembro de 2012 TERÇA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 2012 O ARTISTA INFAME (OU FASCISTA) POEMA REFEITO DE UMA QUINTA-FEIRA, 13 de setembro de 2012 - Bater nos ídolos! Bater nos ídolos! - O mendigo repete para seu grisalho bigode. O artista fascista é o reverso de si. Transforma em lenha o próprio feixe. Feixe de verdades de outros. Sua moral é a da Morte. O artista fascista não se move sem interesses. Sua finalidade não é ir para além de si-mesmo. Se auto-flagela com o suor da própria nudez. Pois sempre quer permanecer. Traz a máscara aderente ao ser. Beneficiado pela Botina, faz orações pela Botina. O artista fascista não lê o mundo. Por que o artista fascista é o doce vencido do sistema. Neste momento parece que vejo sua devoração. Não dá mais pra sair dos dentes de Sist, o Monstro. Vem montado no cavalo chamado Alienação. Com sua burca moral ocidental, fala bem. Pronto desde o berço pra Ordem Unida do Antipensar.