Mercútio, irmão meu, deitado na chuva em cima dos cacos do palco indiviso, teu bafo contamina os bem-nascidos nesta urbe pudica que nos vampiriza. Grande ator, irmão meu, como era bom botar bombas no cu de Satanás, o Status Quo, até irmos ao colo das deusas contaminadas com o vírus do teatro. Teobaldo, irmão meu, como era gostoso pichar as peles das palavras com ousadias, encantos mágicos, a poder de mantras, necessários à nossa escalada no ser do fogo. Hábil ator, lembras de Prometeu? De quando roubamos seu fígado aos urubus que devoraram a águia de Zeus? E a maneira febril com que o comemos? Julieta, irmã minha, hoje Já não há estudo, ninguém quer mais procurar o segredo do aço da espada da alma em flor. Atores e atrizes eternefêmeras, os carros passam a toda velocidade, e tuas almas assumidas pela platéia são puro carpete para convenções agora. In(fame) irmão meu, lembra daquele velho que pintamos de prata, de nome Shakespeare? Digo-te qu'el...
BLOG PAIXÃO PASÁRGADA, ONDE UM DISCÍPULO DE HOMERO E TÉSPIS OFICIA