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Mostrando postagens de agosto 1, 2016

AGRADEÇO A QUEM

Agradeço a quem este penhasco Que ameaça esta alma sem sabor Causando um pequeníssimo fiasco De medo no corpo sem calor? Agradeço a quem esta molhada Sorte que vomita a meus pés? Àquele ser velho e de nada Que sacode o espelho através? Agradeço a quem esta alma ilhada Em vãs filosofias de cafés, Que entorta deduções destrambelhadas? Agradeço a quem se no viés Deste jogo de cartas inflamadas, A Morte diz: bati, um ás com dez!

A REALIDADE É UM CHORÃO

Libertei o quê das correntes. Libertei o proibido pensar das mordaças. Abri as gaiolas das gaiolas. E dei asas ao acumulado na consciência. E não ocorreu nada até que ajeitasse as câmeras. Até que ajustasse o foco. A luz. A sombra. O palco. Se trata de criar irrealidades dessa liberdade. A realidade é um chorão na beira do rio.

NO PAPEL SANGRANDO

Assim, o ataque. Os dedos na carne do papel. O papel sangrando. O tempo redondo. Mas há o velho modo. Carinhoso. Há a diferença. Como saber? Há muita subjetividade no papel com alma. Pele de alma há que se engrossa no papel. Pele há que se afina no papel. O papel geme mas só quem o acarinha ou esgana ouve. O poeta esse. Que põe as mãos e enxerga em outra linha Inversa e sonsa a veia do papel. E a destina tanto o carinho como o chicote.  Sair de um estado de escuros. Não é fácil compreender a luta do poeta e seu papel. O que virá no ouro da pós-orelha do livro Que está no leitor?