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Mostrando postagens de maio 4, 2015

Inexistência do Unicórnio

Como esquecer teu cérebro maculado os pensamentos dos teus ossos teus olhos de açafrão falso teu pescoço de cebolinha marinha as fezes de tuas frases exibidas as figuras de teus dedos ridentes os hieróglifos de tua árvore cifrada Como esquecer o buraco de teus avatares as algas de teus mares arcaicos teu andar de medusa decapitada tua fome e inocência infame  tuas terras abandonadas teus carros sem freio tuas casas afogadas tuas respirações gélidas teus cemitérios com sobrancelhas teus odores de pântanos Quero esquecer teus corvos o amante do qual devoraste o fígado as pólvoras de teus braços fracos as garras de teu passado sem estômago teus cabelos mutantes o comércio de teu sexo estourado  Quero esquecer teus espelhos navegando neles com meu sangue a que sintas teu envelhecimento precoce de górgona pretérita Quero esquecer as matas de tuas junções as tuas abluções no rio da vaidade os teus joelhos quebradiços não p