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Mostrando postagens de julho 18, 2013

ORVALHO AO LUAR

Pintei a imagem da tuas crateras, ser a panela no espaço da tua cozinha bamba, ser a colher torta e oca indo à tua boca morta, as fezes da tua mágoa, a lança de teu soldado no ventre de teu dragão, a urina de tua chuva, o fedor de teu trovão, a sombra de teu élan, o cheiro de teu pescoço, a chave com que me abres, a fumaça de teu cérebro, o perfume de tua palavra, as marcas de teus vermelhos, o mofo de teu vestido, que cobre, mas mostra tudo, a bagunça da tua cama, a ordem de teus arquivos, as letras de teus gargalhos na internet - kkk ou rsrs, o amarelo de tua ira. Deixa-te morrer pra eu ser a terra em teus cabelos, ou a própria manhã em suor a renascer de tua gaveta, o etéreo mito onde se casam Morte e Amor no Passado. Sei de mares infernais que perderam sua coragem por não mirá-los tuas vistas, sei de orixás marinhos que morreram afogados num remoinho a teus pés, de deusas que feneceram por te perderem o padrão. Sei de navios que naufragaram por piscares, Lua. Sei de mundos que for

COSTURANDO A ALMA

O único jeito de dormir É deixar os vulcões dos olhos Molhando a boca do ar na noite E sua alma sem pele Depois esmerilhar na lua O sonho infantil de pegar moscas Para a carruagem em conchas Do mar azul