Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de maio 21, 2014

O QUE RESTA

Rios plenos e escuros de léxicos e tóxicos abrem os ouvidos às árvores oblíquas de um tempo brisado. Inadmissíveis teses jorram folhas de lata. José procura a filha, entre águas amplas, crendo nas vozes restantes da ressaca da última alegria. Mas bem lá no fundo sabe da insensatez de parar o seguidor de seu próprio destino.

SONETO DE CHUVA FALASTRONA

Olho para cima. A chuva fala. E é serelepe como uma criança. Quer limpar corrupções e fala E vai penetrando as reentrâncias. Fuzila telhados com metralhas. Olho para cima. Sentado no tédio. A praça cheia. Odes. Epicédios.   Cervejas derramam-se pelas falhas . Penso no seu xibiu de letras.    Com o peso que lhes dão canetas Em ansiedades indefesas. E a chuva continua, continua, Nem aí....puro desejo, desejo, A foder raios de lua, lua, lua.

LIGAÇÃO COM AS FARPAS

É conhecida minha ligação com as farpas do poema. Meu sentimento de fraternidade não precisa de nada além disso. É inevitável pois todo dia estou sobre a tábua, me ferindo. Sempre está cheia de rugosidades e há muitos nós. Claro que é dolorido o diálogo de cada farpa com minhas mãos. Meus pés não se metem na conversa. Até desprezam o corpo com farpas. Hoje minhas unhas já não vivem sem as farpas. Apenas tento ser lúcido e sem oratórios na mente. É por amar farpado que acendo a luz por dentro E louvo as mulheres enfeitando as árvores.

O SONHO

Ele quis seguir Judá. Cobiçou a mulher do próximo. Lambiscou a mulher do filho. Só não contava com o governo A fazer sexo com seu salário. A fodê-lo, aliás.