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Mostrando postagens de maio 7, 2018

O SENSITIVO POEMA

No teu corpo transitivo tua alma inenarrável, Lúcia, simulando o infinito num finito apalavrável. Antes e após a escrita, há um espaço pranteado por nunca ficar quieto de ti. E na testa em que te escrevo o que foi de ódios, amores, derramam em tintas, mãos e trejeitos. Todos os átomos sambam signos nos eixos em caminho para a alma. Louvores à tua alma   que dedilha o ser do todo disto aqui, despertando anãs brancas nos olhos de Deus.

O IMPORTANTE É O CAMINHO

Vemos o passar dos postes da janela deste ins(TRAIN)te ... Ser um homem é ser trajeto entre seu chão e seu antes ... Sem caminho é desfeito o objeto e o sujeito ... Voando, a nave finita não pode estacar durante .. Sem estrada, cada pé raiz no pó sim soante ... Vemos o passar dos postes da garrafa do frisante ... É a trajetividade

PERDA E GANHO

Só há futuro se há passado. Buscar a luz que morr(eu), O campinho que aterrou O mangue que se perdeu, Do qual se caiu mil vezes, O porão que escondia Tratores de vã madeira, Latas de sardinha eram Caçambas e geladeiras. O prédio furando o pé. O tanque onde Estelinha Fez-me o beijo e a cozinha. (Envelhecer é Um processo multifatorial Que engloba perda de funções E doenças típicas, Culminando com a Morte? ) Buscar na memória o beco ou rua que morreu, O Posto São Jorge, o Ferro Velho do Milton, O campinho, a janela de vidro, sangue envolvendo O pé e o prego enferrujado... Catão, na velhice, descobriu a literatura. Aprendeu Sócrates a tocar lira. Desgaste de tecidos, fibroses, Perdas de reservas regenerativas do sistema nervoso e Imunológico, envelhecimento celular. Ser feliz na velhice porém (é porra hein?). Lembrar o velório De um homem centenário na rua paralela. As festas de família em Registro Com comida e alegrias infindáveis. Entrar no rio, andar de bicicleta na ladeira, Se bestifi

DESPREZANDO A TEBAIDA

Não sou o que esperam, não tenho a pretensão De ser tão são, Observo-me e não vejo o interior que almejo, Encontrar no reflexo deste ser-sacolejo Os fragmentos vis de um reflexo lunar. Sou o que filosofa sem saber onde o sofá, O que esquece o que lembra, sem estar, O que prefere as nuas nuvens aos raios fatais, A crer no Minotauro prefiro as gladiatrix Que lutavam por glória, marcianas vestais. No fundo do oceano de mim não mergulho Pelo esmagamento que pode ocorrer, Mas na superfície martelo um baú Com Pandora ao centro, dando o que tira, Roendo a esperança que cubro mas aos males Rangendo em volta do espanto, expondo tola raiva, Vomitando sentenças, acendendo o desejo Pela alma que mamila e buceteia meus lábios.