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Mostrando postagens de novembro 3, 2012

ABSORÇÃO

Irrefutável e irreversível, Globalizada, terceirizada, Reestruturação de máscaras, Furtando espaços autênticos E vínculos orgânicos. Absorção de mercado, Morte consolidada, risos trevosos, E o sangue forma um coágulo Em meu espírito armado De vazios pontiagudos. Há cadáveres nas ruas e lojas, Escorrerão sempre no escuro Clareando a culpa.

DAQUI NÃO ME LEVANTO

Daqui não me levanto Estou cansado, fico, Deitado me edifico,  Mas basta uma palavra Uma palavra sua Para me erguer como um deus Ou como um gigante filisteu Ou como um Senhor dos Anéis Embora tenha meu anel no prego Ou melhor Não diga nada Não quero nenhum esforço Vai provar o amor de outro... Além do mais acordei agora Meu pau tá duro, a cueca apertada, E eu estou com vergonha. Fora.

POUCO SEI DOS ANOS QUE TALVEZ

Pouco sei ou devo nem saber do pouco que. Sei do atrito no começo da montanha, por exemplo. Não, não te assustes de eu o saber. O primeiro – um anão que assassinaste lá onde o atrito é mais cruel - na tua alma. Perfuraste suas falsas ideias de inusitadas altitudes com tua usual habilidade baixa. Vestiste as roupas do anão que assassinaste. E por anos que. Talvez se. Pouco sei ou. Sei que querias chegar além dos cimos com silêncio completo. Mas por gritar alto pouco sei dos anos que pulaste, talvez.

DESDENHANDO O AÇOITE

Arranhei-te o rosto, Toquei-te as luzernas, Beleza de glúteo Este em tuas pernas. Não sei por que fiz, Sei que fiz sem susto O meu traço na graça Do teu largo glúteo, O retrato e o vinho Do teu glúteo-altar, Onde rezo missas De úmido olhar, Penso o curvo cálice Que bem guardas lá, Com suaves pálios... Pudesse eu beijar... Dos teus orifícios De febre e prazer, Si chamando lás Dó re mi fá ser No poema em si (Teu relevo em carne) Pudesse eu sumir Sem muito ausentar-me, Pois me esqueço ao ver Teu ser de oferendas Como é bom pensar-te As pudendas fendas