Recordo o ar febril, o chão tremente... Uma alma só não dá para o recorte, Carece de outra alma se lembrando. Na Vila Socó, Tupiniquim Guernica Entubada de petróleo, Revejo o arrasto Do cheiro sobre as gentes, O perigo anunciado, A venda da gasosa Que vazava, sem cuidado, Gasosa Petros, a Grande Prosti Sangrava, himenóleo devastado. Uma só alma não basta pra rever, Carece de outra alma em fortaleza... Revejo a agudeza De sonhos-salamandras A avançar na vila sem casas, Amontoando leitos na madruga, Onde o poder deitou, Se ausentando, avaro, No início da queimada Em gozo. Minha alma, relembrando, Perde o brilho, Ouvindo tantos prantos E o demônio os remexendo, Moças, crianças, em roda enegrecida, Em cinza o céu doendo, em uivo eivado. Inábil sou demais para a lembrança Do que tornou a vila em matadouro, Intenso como em quadro de Picasso, Onde Guernica, flor dos bascos, É dor em tintas. Em seu sofrer de carne Incinerada, Em lagos-lab...
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