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Mostrando postagens de fevereiro 17, 2014

HUMAN DEATH, VILA SOCÓ, GUERNICA

Recordo o ar febril, o chão tremente... Uma alma só não dá para o recorte, Carece de outra alma se lembrando. Na Vila Socó, Tupiniquim Guernica Entubada de petróleo, Revejo o arrasto Do cheiro sobre as gentes, O perigo anunciado, A venda da gasosa Que vazava, sem cuidado, Gasosa Petros, a Grande Prosti Sangrava, himenóleo devastado. Uma só alma não basta pra rever, Carece de outra alma em fortaleza... Revejo a agudeza De sonhos-salamandras A avançar na vila sem casas, Amontoando leitos na madruga, Onde o poder deitou, Se ausentando, avaro, No início da queimada Em gozo. Minha alma, relembrando, Perde o brilho, Ouvindo tantos prantos E o demônio os remexendo, Moças, crianças, em roda enegrecida, Em cinza o céu doendo, em uivo eivado. Inábil sou demais para a lembrança Do que tornou a vila em matadouro, Intenso como em quadro de Picasso, Onde Guernica, flor dos bascos, É dor em tintas. Em seu sofrer de carne Incinerada, Em lagos-lab

INAPTO A THOMAS MANN

Escrever umas poucas palavras moucas dizem gerar um poema bom herdeiro rouco do Pai Oriental profundo com marcas de talco para pés e mistério de humor de surpresa assim no infinito e morder a sabedoria na própria nuca e o próprio rabo tratando o signo com dieta pós e depois olhar o poema raquítico sem pena e desejar que ele palmilhe a passarela como padrão aos críticos desculpem este poema com necessidade de ser, justificando sua falha erudição com vaselina Íxion ou glicerina Tântalo para seu delírio, Fausto com sífilis na hetaira otária margarida morta se esmerando na praia com clientes esperando sua navalha

RIO PARA O SÓLIDO

Meu sólido sobre o teu rio, Apenas a pica sobre a água, Depois o tempo passando... E o útero da água em gravidez, Olhos nascem, o sorriso, o choro. E a frustração sentida De não conseguir educar 0 filho, Líquido e rebelde delírio.

CARA A PASSADA

viver é pouco, e é cara a passada, paga com a carne amortalhada

COISINHA

O homem é um ser estando, Tal entre estares ficando, Na juba do tempo-espaço Um repasse apequenando. E vai matando, a morrer, Dando um sorrisinho a mais, Tentando ser algo além  Que algum sonho de cais.

DUVIDEM DAS PALAVRAS

Que me leiam isto lentamente. Duvidem, com o ser à frente. Como aquele tal filósofo me diria: - Vai. Lentamente duvide das palavras. Como o mundo do ser que sempre pergunta. Aquele mudava sempre a neve branca. Apanhou gripe em causa dessa fé. Morreu gelado na neve-verdade, Vendo a gorda Sofia no Café A se aquecer sabiamente Com palavras cruzadas Numa revistinha pornô Chamada Planalto Central

LIMITE

Neste infame lago raso, sou um sem lábios, e monto moléculas de verso escrevendo para o corpo poético sua alma a descer passado afora