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Mostrando postagens de julho 25, 2014

MILHÕES DE ALMAS PARA ALIMENTAR

Milhões de pessoas chegam à cidade. São milhões de almas para enlatar. As máquinas esquentam seus gases. A cidade a mastigar. O povo foge pros barrancos. À espreita, engrenagens antigas de relógio. São dentes n(ânus)tecnológicos. Os cérebros são juntados aos traseiros. Implacável, o anencéfalo garçom sorri. Quer a gorjeta inescapável do desejo vão. A mesa é preparada com tripas de anseios. Para os milhões que chegam à cidade Não há sapatos de concreto suficientes.

O QUE RESTA

O que resta? a dor partiu No nunca-sempre ao ser-outro? O que resta? a povoou Tremores de frágil potro? O que resta? fez do choro Boca mole com arroto. Por aí vozes sobrantes Dão-lhe ar sonso e maroto. Só lhe resta um mito hiante De um poemicida absorto Numa palavra atingida Retalhada em versos soltos.