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Mostrando postagens de março 21, 2012

OBSERVAÇÃO

Aqui de cima do telhado do Paço Municipal de Cubatão, uma cidade onde assombrações químicas sem cabeça se davam as mãos, observo-os.  Mas eles não me vêem, os anjos ridículos. Fazem piruetas e se enroscam nos postes. Gostam de farejar as almas ridículas. E roubar-lhes fios imperceptíveis de cabelo. Nunca notaram que os observo. Mas não só eu os observo. Helicópteros silenciosos sobrevoam suas cabeças. Guiam-se por ondas ultrassônicas. Mas nunca os pegam. Os anjos gostam dos palcos luxuosos, das festas nababescas, onde possam refestelar-se no ridículo. São os fios das almas ridículas que os salvam de si mesmos. Os anjos ridículos se multiplicam. São 70 % (setenta por cento) dos anjos. Passaram a ser minhas manias visuais. Há um código que eles seguem. Não atino com os incisos, artigos, capítulos. Só sei que há um código baseado no primeiro que fiz.