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Mostrando postagens de julho 20, 2013

ABISMO

Elas dançam Nas pedras do abismo. Elas dançam, Nossas vítimas. O palco Nós, onde pontificam, Já lhes provoca cansaço? Não, elas rezam a deuses-pais nossos. Nos perdoaram. Elas, as herdeiras de nossos ossos. Sem elas,  como aplicar nosso sadismo?

SONHO E ÓCIO

Quero tirar-te Dos meus ouv idos. Por isso o poema Que ouço agora É de uma voz inexistente, Destemido embora. Há poucos dentes Em meu juízo? É que o poema Em meus ouvidos É surdo e antigo, E os seus versos Vão repetindo Tuas mordidas. Quero tirar-te Destas retinas. Por isso o mundo que vejo e piso É de um poema a se rever, Cegado antes Aos sóis intensos De intenso fogo. Banhar-me em rubro Sem muita dança: Assim, esqueço Lembrança indócil. Imaginária? Quase não posso Viver e o poema que deixo aqui Adoentado de sonho e ócio Semelha o corvo De "Nunca Mais".

VENTO SEM AR

Sem preparadas imagens, O belo é neutro nesta estrada, Não sei se é feia nem bonita A cara do poema-espada. Uma massa bem calada, Um gosto de aço e sangue, Uma forma arredondada De lâmina exangue. Embora não saiba a gente sonsa e Salsa, são produtos sem mercado Os mais-mais. Sonso soul. Como um traço feito há pouco, Aqui, o Belo surge feito terra  Emocionada no vento quente.