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Mostrando postagens de novembro 24, 2013

LENDO SÁ

Na minha alma pés deslizam. Caem no piso molhado. Pra mim é bom que seja assim. Passos e marcas de lado. Minha criança-eu dançando, o piso embaixo a chamando. Na minha alma, pula. Não vê o piso molhado nem os rasgos no telhado prestes a cair em cima. Assim, a minha alma vai, assado a minha alma vem. Só eu a julgá-la bem, só eu a jogá-la mal. Estava lendo Mário de Sá e me li sem quebrar, querendo. 

MORFINO-SER

Amigos, vamos ficar nos gabinetes. Por que ser um poeta revolucionário? Com a alma revolta e batendo na mesa com o falo e a fala? Sentir a vida, sinto-a aqui. Já andei pelas ruas. Já abri meu corpo aos vícios. Fumei experiências quebra-peito, etc. Hoje, quero ficar aqui. Na minha torre de marfim. Que não é de marfim. É uma torre de fim. É uma torre de fim. De amor-fim. Morfino.

FILME DENTRO-DE-MIM

No filme DENTRO-DE-MIM Minha Morte Subjetiva Começa com o desespero e créditos finais De cada frustração súbita Apenas a face cortada de tua lua Mulher abstrata, serve-me a carne Para a alma em transe com palavras Não sabe sequer Apenas fechará sobre mim suas bandas ao fim Mulher abstrata de (in)fértil montanha Não, não tenho a ponte Além - Nietzsche, Apenas olho dum morro de idéias em deslizamento Como mania de buscar as tuas costas Para ficar feliz prometeu acorrentado a ti Na imagem, uma mãe gorila estampada sobre o tanque de guerra Filho do outro que fez fama na Praça da Paz Mulher abstrata de sentido liquido Vamos tomar um chopp E retalhar estrofes antigas A procura da obra é continuação Da busca de deus e da mulher Termina com os créditos iniciais e a esperança

UNS VIVEM OUTROS PENSAM

Uns vivem de pé. Outros tentam empalar o Universo  com sabedorias compridas. Outros, de meias,  almejam dominar o mercado financeiro,  só aguardam arreios. Outros esperam a hora da cópula com o nada. Outros, na língua passam escovas de ansiedades. Mas há os que apenas vivem.

CARNE NA CARNE EM FECHO

Deslizar as rubras tintas nem sempre dá rubro quadro novo solo velho adubo pode o fruto devorá-lo forçando a graça e o poço o sal o sol como achados alisar nova textura rechaçar o charco e o osso pelo amor em largos beijos repassando a vida em postas carne na carne em seu fecho