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Mostrando postagens de setembro 25, 2014

NO ESPELHO MORTO E VIVENTE

....Há quantos dias lhe chove? Sua árvore encharcada? Mas a chuva no espelho Faz sua vida afogada? Mas que seu ser tem a ver Com o vidro que o reflete? Se seu cérebro em sinapses de solidão se traveste. Quer ser jovem, mas já foi. Será que nasceu idoso O seu ser, caco de espelho De meu eu, de d(eus) guloso? Será que em si vai chover Como no espelho molhando? Ao espelho o eu a ser Mais se reflete, eu/stando...

DESENTENDO CHAVEIROS

Você me diz  que não sou louco,  só um pouco, que não diferencio Cleópatra de Creio em pátria. Que vejo anjos de coágulo nas pernas fugidos do Inferno-São-Os-Outros. Você me diz que é tarde para mim, mas quem entende os próprios chaveiros? Adianta exigirmos do espelho o normal de decência lógica? Você quer me atar com absolutos e embaça minha laranja na fruteira. Você afirma e eu fico surdo, pois só o relativo pontifica a mistura do meu dia com feijão, e um anjo escabelado se estica na rede de sarcasmos que me dão as mãos dos sonhos que mais vão quanto mais ficam no chão.

TENHO DE QUEBRAR

O rosto já não espelha. Endureceu após o dia. Há um deserto por cima. Sou camelo e cachoeira. Tenho vinhas de estresse. Antes, escorria pelos braços, tronco e pernas. Tenho impressão que esvazio farpas. Agora, olho o espelho. E lembro que não posso olhar por muito tempo. Tenho de quebrar oito horas.