Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de novembro 28, 2014

MITO DE CARNAVAL

Nas memórias da infância o carnaval tinha cabeções e fogos até na ala das baianas. A morte por vezes aparecia nos carnavais antigos, mas a morte que se lançava em cada um vinha ao ritmo da bateria das tempestades em compasso-paixão de trovões. Os orixás não tinham medo de encarnar e de ficar com as ninfas-destaque. Ele na época era bom em reter os nomes. Ele na época era bom no trançar palavras. Conseguia rasgar sem retalhar os anos febris e esperançosos. Sabia vestir roupa de pássaro, de sapo, de raposa, de leão, de lobo, e, sem medo, devorava o sambódromo,  como um animal, a seguir os rebolados das árvores, quadris em caracóis. Mas, agora, ele era um mito, uma crença escorrendo no tempo e não adiantava juntar seus visgos.