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Mostrando postagens de janeiro 6, 2013

POEMAS-METANO A PRA ELES

Os poetas-editores-pós....que posso falar sobre eles? Que eles por vezes parecem pós(etas)? Que quando morrem estão tão mortos que não os achamos? Por que devo falar que são algo? Se são pós. Bem, sobre eles, sabemos Que soltam poemas pelos cantos, Quando ninguém lhes pode sentir. ..Mas eu não sou educado, quando menos esperarem solto-lhes um poema - metano. Gosto de soltá-los em lugares lotados.

SACO NA AREIA E NÃO DE AREIA

Tropeço na praia por entre latinhas e garrafas de água. Carrinhos vendem sorvetes e calcinhas e sutiãs. Proliferam barrigas na meia-idade. Digo olá aos de barriga como a minha e aos outros invejo e desprezo. É automático esse ato de desestender as mãos com despeito. Me pedem desculpas, pois não querem ofender-me com seus corpos em forma. Caminho até a praia dos sonhos. Pesadelos de conchas me encaram. Querem cativar-me pois sou o único que se aproxima. Ainda planejo criar um sinal da cruz ao passar por eles. Estão pela metade os meus amigos. Quais meus inimigos. A cada semana um incêndio lhes leva uma parte da alma. Cada um deles tem a vida como a praia tem a brisa. Metade da face dão ao sol para queimar. A outra ao facebook. As ondas são insensíveis aos buracos da areia. Eu não, pois sei apreciar ainda mulheres de bruços. Saio da praia dos sonhos carregado em triunfo por pesadelos. Que saco...

CICLO DE CHEGANÇA

Você chegou, faço-me lábil No espaço/tempo do desejo, De você foz, pele e meandros. Você chegou, quero que afaste O resto aflito e nasça o canto. Você chegou, quero seu saibro Em meus dedões desformigando. Você chegou, quero que o laivo Dos lábios seus fale em meus lábios. Você chegou, quero que o gozo Seja em lençóis com explosivos, E o nunca mais nos seja enquanto Durar na alma o eterno ciclo.

INUNDAMOR

Olho a mulher na casa triste. Começo a mirá-la pelos pés. Como que tramando uma conquista, Olha-me, calada, de viés. Ela vem dos séculos feridos. Fogem seus cabelos do retrato. Suas mãos de mármore vacilam. Na casa assombrada, poeira é mato. Como é bela a moça dessa casa! Tem nome de fada de outro século. Quem fala seu nome ganha asas De amor com gana nas moléculas!