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Mostrando postagens de dezembro 21, 2012

VELAS AGUÇADAS

No fora, há quadraturas insolúveis de mínimos in- setos. No dentro, há ritmos que entortam o poeta. O ser - apenas uma jangada de ler rede- moinhos poéticos ao sabor das ondas que furam-lhe os olhos de papel de pão onde aguçam velas mares respirantes.

SANGRAR NAS ÁGUAS

Sonhar a poesia feita da mais pura cruz, Que seja capaz de sangrar nas águas. Sonhar o amor que possa fluir sem dor, Que dos olhos chegue ao real dos fundos, Como o olhar de quem a gente ama, Como sons de sóis profundos. E ela vem se aproximando do poema, Sente o coração cheiros gramáticos. Ela mira o calcanhar da sintaxe. 

SER DE AREIAS ESPUMANDO

Amo-te as praias Que um mar alaga Nas grandes ondas Que te propagam. São sós areias, Grãos ajuntados, Que dão ao ser Doidos estados. Que irão contar poetas Se nos teus gestos sem mais Há conchas, barcaças, Pesadelos tais? Talvez se te apiedasses, Bem junto a tuas praias Nascessem tempestades De espumantes faces!

CULTIVO DE TUA MORTE (reelaborado)

Quando o amado-ameba, Medrado em ferro gusa, Amarrou-te na sua pedra, E percorreu-te as vias obtusas Do fígado da alma. Era a posse, era o desejo, embora Entre esses dois gêmeos haja A distância de um beijo. Esse amado de ferro  Deixou-te de quatro E vibraste, pequena e verde, Ao sentir os pelos do seu ventre. Acostumaste à marra. Pelo menos era omi Como o teu primeiro pai... Entre o omi e o hommmmm Únculo há diferença? Deixou-te de quatro E juncou-te o medo No espírito redondo. Quando terás um HOMEM? Um que queira uma MULHER? Joaninha és ou grilinho? Tua estatura é um engano. Mereces esse homem com pegada, Mereces a culpa que carregas, Mereces esse teto em que te pregas, O sapato que te esmaga, As formigas que te transportam? Não te queria o amor, Queria ter-te nas unhas, E, simpaticamente, Tomou-te os órgãos. Lambeu-te o seco quadril, Cavando, vil, o (in)suficiente No corpo de tua alma Para a plantação dos dentes. Assim os dedos do homúnculo...