Quando me atirou no rio, Meu pai queria eu lutasse, Que eu aprendesse o nado, E ferisse ao dar a face, Quando me lançou das pedras E me escondi sob a casa, Queria que eu crescesse, Assim como em Pedras Se Indo, Um filme muito sucinto. Quando me descarregava Acima do seu pescoço, E de lá me atirava No abismo ao sul de Cnossos Era pra que aprendesse Os vôos de antigo Dédalo Na alma do filho intrépido. E das vezes em que fez Rastejar-me na parede Me preparou para Kafka. Quando me deu às mulheres Da Zona do Cais do Porto, Queria que eu aprendesse Com meu pau de rijo estofo Sobre o Teatro da Estrada, Sobre as delícias da Pele E seu orgasmo-em-palavra. Até hoje escrevo em tábuas, Ouvindo-voando e uivando, Principalmente rangendo, Com sede, a pão e mágoa De verdades desfazendo.
BLOG PAIXÃO PASÁRGADA, ONDE UM DISCÍPULO DE HOMERO E TÉSPIS OFICIA