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Mostrando postagens de novembro 28, 2013

O MEU NARIZ

Lançam olhares ao meu nasal Sequer ligando ao seu tremer. - Que infeliz! - fala o pessoal. - Sua buzina é de doer! Caminho frente aos "narizinhos", Ganhando bom tempo e bom espaço. Se há cheiro à solta nos caminhos, Sirvo-me deste narizaço. Com toda inveja da grande quilha, Vivem zombando os caras maus Do meu nariz - como se vissem Crime e ofensa no meu nasal. Mas meu nariz vai indo em frente, Brilhante, reto e bem feliz. Abre seus poros, indiferente: - Saia da frente, sou meu país!

CARTAS DE JAMES JOYCE

Era dia dezesseis De junho de zero quatro, mil novecentos e quatro. Primeiro encontro de Joyce. Ia o seu pensamento Veloz no perfil de Nora. "Bloom Bloom Bloom, Sinto as tuas intensas partes de carne e ciência, mexo em teu árdego ventre, faço teu rosto em fogacho de olhares loucoimensos", escreveu o JAMES JOYCE à sua esposa em libido. Quem é ele, tu me indagas? É Joyce, o James Joyce! O que escreveu Dubli...dubli... Nonsense? Algo assim. Cantou tanto a sua amada, Poliu su'inflada planta Que ela ao sul bem regava Pra doces toques diários. Rubi rubro dilatado, Tomate em carnal salada: Mata cheia e delicada! Para o seu James Joyce, Que escreveu p'rela destarte: "Como a sua 'coisa' cheira em Teu corpo suado e forte! Não há nada que eu mais queira! Lambo-te toda ao comprido, Mordo-te as costas-recheio!" As cartas do escritor Falam coisas cabeludas Pra Nora, sua tesuda Esposa meiga e querida... O amor? floresta muda De...

CRITICAM A TI

Criticam a ti por arranhares Com bolinhos de escuro e lama ao sonho Envolto em gordas emoções de algodão Então Para quem ousa nos afrontar Com preconceitos pontiagudos Nossas almas redondas e mudas Xingando auroras e crepúsculos

NO GALHO DO TEMPO

Era outra a folha viva no galho do tempo Havia sapos e rãs e o medo dos lagos E uma visão altiva de Mulheres louras fora e dentro de banheiro A minha primeira musa - vampira em meu Onanismo assombrado Só eu e uma turma esquisita viamos-lhe as pernas brancas Grossas e sanguíneas nos calendários Depois fazíamos competição de saliva Assim nasceu também o bebê-diabo De um cuspe mal lançado