Há muito, carregamos o peso das verdades de fraque e livro-caixa. Jornais e revistas mostram suas jóias e risos sob cuecas. Há muito, o discurso está babando nos corredores. O Papa pede perdão. Eu peço perdão. O Bispo pede perdão. O Pastor, O Monge, Tudo com O. Houve época em que usávamos a razão. Só não sei quando. É o que me contam os pais dos pais dos meus pais. Calaram as mães das mães das minhas mães. Aqueles, julgando e arrotando, lhes puseram mordaça. Há muito, o lixo dos patriarcas resplandece. E um deus caído dá tapinhas nas bundas passantes. É a tradição. A tradição de seguir. De escutar o pum de um pai lá atrás. E fingir de surdo.
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