Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de março 28, 2013

PARA TENENTE LEONARDO MACHADO DE LACERDA (Tragédia em boate: Tenente carioca morre após salvar colega e tentar resgatar menina)

Você não para, rapaz? - É preciso ir lá. Mas quantos já salvaste? - Perdi a conta. Então, fica, respira. - Ficar não conta. E lá foi lá foi à pira. Amava o que fazia. Sem medo da perda que haveria. Da festa a que faltaria de sua amiga em flor. Das piadas que não mais diria. Das dores que embora em sangue nos enchem a vida vazia. Do amor ferido que eleva o ser embora ao peito dolorido. Não veria mais aquele rosto, aquelas pernas, aquela cintura, aquelas flores, aquelas pinturas, aquele cachorro de olhar humano, aquele livro, site de cultura. Vejam, ele entra na boate e traz uma vítima. Volta logo e traz uma outra e mais outra. Salvar outro e mais outro nunca é demais. Um amigo grita, ele vai e o traz. Só não consegue salvar uma menina. O fio de sua vida se desfaz. Tinha planejado, quiçá, um passeio de norte a sul do Brasil. Queria sentir mais chuvas. Queria sentir mais ventos. Queria muito mais momentos. Abrir uma velha carta de amor. Um velho retrato da primeira... Ouvir mais um so

FAÇANHA DOS OSSOS

Faço a façanha e a forço E o aço do verbo assanha À faca farsas que acosso Em gramática agnóstica. Faço a façanha e adoço As entranhas pernósticas De grácil verboso troço Que vira incerteza exótica Da qual extraio os ossos E os ponho no papel.