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Mostrando postagens de maio 23, 2013

FODA

Mina, procuro a palavra foda. Mas não pela palavra em si. Pelo seu potencial de afastamento. Digo foda, foda, foda. E todos desviam os olhos do poema. A palavra foda é mal falada. Mas todos querem seu potencial de orgasmo. Palavra com muita vida e muita morte. Não preciso, não quero OXI. Quero os ossos do teu sorriso,  Quero o sorriso da tua boceta, O cheiro natural do teu bafo, O cheiro dos teus peidos, O suor de tua bunda, Quero a essência de tua animalidade, E em ti quero achar com o tato A palavra foda.

NÍOBE, NÃO DURMO

Níobe, não durmo. Morcegos se inquietam na noite. Estão sobre meus ombros. Nessa rua qualquer em que te vejo, A mascar um naco de riso de crianças De suas crianças Que os filhos de Leto afugentaram Para bem distante. Contudo tua alma ouve as sete meninas Que dizem boa noite talvez para teu retrato, Todavia tua alma ouve os sete meninos Que choram na noitinha por ti. Tua alma não me ouve, O Universo não o quer. O destino: estes morcegos nos ombros. Rolei a rocha e estou cansado. Estou à beira desse morro em que sonhas. Há o frio Há o frio cortante Em teu útero aberto também.