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Mostrando postagens de outubro 20, 2012

ANTES DE DEITAR

Olha, menina, dizia-lhe a Mocha Contadora, Ele foi goleado do amor teu antes de deitar as mãos no sombrio. Por sob tripla trave de concreto não percebeu o chute teu na reta. Tinhas incorporado um triste orgulho e quando o percebias tinhas náuseas. A face sangrou dele, irrefletida do bico do desprezo que lhe tinhas. (dizia-lhe a Mocha em altas horas e definhava a moça pasto afora) Fim Firi Fifim! Quem quiser reconte começando o fim.

DESENTENDENDO UM EU

Quem que ou qual quando Coando estou no café quem Perco o que fui tal qual zoando Fui qual foi querendo sem Ser voltei quase coruivando Pois cá fiquei quando sereno o bem Em verso rubro me entortei Sou cem ser cio e sons sem nem De céu e sol em cem sins saneei Que sairão voando a trem Num girassol solando seis Mil nãos inteiros em zazen Quem sou suando à beça E estuando em pressa e bem É onde estou sentindo Qual me desentendendo Um eu sumindo o outro amém

BOCEJO INSÓLITO

Em sua alma, enquanto ele dorme, Forma-se um poema. Por dentro, os olhos a procurar vazão. Contra as paredes do sono, sombras De fluidos tijolos formam casas de mistério. Em seu corpo uma dor consistente Debruada de insensatez. Acorda. Pensa no som da água Enquanto abre a torneira para a sede. Silêncio insólito e barulhento. Só sem si. Ou mi. Mil que se despedem De gestos interrompidos. Assim, a forma poética boceja, Sempre a fugir da foice rubra.