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Mostrando postagens de abril 23, 2013

RAIZ

Vejo u'a mulher, seus olhos doem de serem belos, caminho então na direção dos seus cabelos crespos, ao rés da alma medos e mágoas, piso bem leve Não, na verdade, são cem em uma e todas vertem mil universos num só pescoço, traços de afetos que bem recebem ou receberam lábios com sede Abraço todas num corpo uno pensando em lagos que me afoguem bem afogado sobre o pescoço que beijo e sangro como uma fera de outra idade no tempo morta Vejo a mulher, sua pele em nuvem, clamando toques, retoques e sons chuvosos, toco em seus seios tão generosos por sob as vestes, não, na verdade, são cem em uma e todas despem suas auréolas Vejo suas pernas, gregas colunas, calores rubros mesmo na chuva, pego suas pernas e roço nelas como em cem outras, firmo suas costas, durmo em seu seio como em cem seios, teço-me os sonhos desde a raiz

VISTE, ESPELHO

Se tudo o que vejo parte daqui, como acreditar nas tuas falas, se o que causa escuros é de mim? Teu é o coração que não me atinge. Teu é o desprezo, ojeriza, asco. Tu me lanças o enigma da esfinge? Rastilhos de pus na pálpebra. Se tudo enxergo a partir de mim, por mais que sorrias, não me alegro, pois ao morrer, o tudo se acabará. Viste, espelho? Me escuta: o que em mim cresce jura inocência do crime de ego/refletir-te.