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Mostrando postagens de janeiro 22, 2015

FRACASSO

Uma lisura, aos pedaços o real na gravura em farsa Eis a figura de um fracasso, e eu invento histórias: O gigante aproveita trovões pra dormir O anão escreve tratados sobre um pequeno ser com água benta no sangue A a noite trevosa cai de bêbada, a lua briga e cobra luz

SE APAGO

Se apago os olhos, calo a voz da cor dos seus olhos Se afogo os modos, dou atroz alô aos seus olhos A lgo como vinho e massa romana penso em razão dos seus olhos no retrato perdido

HOJE NÃO MAS ONTEM

Hoje, eu não consigo ver as coxas da poesia... Hoje, eu não consigo olhar seu sempre virgem sexo... Hoje, seus olhos tão lindos me fogem, sua pele mádida, seus cabelo luzidios.... Seus seios hoje estão sem auréola, mas ontem, mas ontem, me dava vontade de viver com seus frutos à boca

DEVANEIO SUICIDA

Quando eu morrer... todo suicida fala isso: quando eu morrer... Um poema pode nascer dessa tristeza de antecipar o afogamento das flores na enxurrada do não-pensar Porque se uma flor vai, o jardim continua... e isso não alivia nada

PRISIONEIRO

Falam de um prisioneiro no corredor da morte porque a vida em seu todo é um corredor da morte Falam de um prisioneiro das garras do tempo, guarda inconteste  de sua prisão em si mesmo Falam de um prisioneiro que sonha com uma velha  e enferrujada guilhotina feita de culpa e medo Falam dele que carrega  um fosco segredo de folhas secas, antigas asas de um mito invisível torto em algum céu solitário

OLHOS DE PINTURA

Entre seu tempo e o meu, trovões de ponteiro em ritmos de graal, era medieval Jogas tua urina da noite pela janela do quarto e me acertas, por mal, tez  medieval Há uma magia tal, efêmera como nós, com olhos de pintura, som medieval Fecho o livro... mas como fechar a mente?