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PARADOXO DO MEDO

Desde o primeiro vagido O medo Desde o primeiro medo A submissão Desde a primeira hesitação Fortaleceu-se O mito do medo O medo do mito Desde o primeiro deus O medo do filho destronando Desde o primeiro arremedo De choro Desde o primeiro riso Desde o primeiro amor Desde o primeiro continente Desde as primeiras estrelas O mito se arrepiou com o ato incerto A primeira mulher amada navegou em nosso medo E pariu nossas coragens sem saber Que estava criando heróis Capazes de tudo Até de vencer Afugentar o medo

LIVRÍCIO

Ande e pare. Par'ande. Repare. Pare de novo. Não me aparte Desse livro-ovo. Pouco excita O que há fora. Só repare Quão bonitas As orelhas, A guarda, o corte Do pé, da frente, Sua lombada, A canaleta rente, A bolsa, eta Eta eta! (Boceta) Que folhas-tetas! Aqui me ajeito. Me acorde trinta De fevereiro. Vou me internar, Aceito, No frontispício De cabeceira, Liv(r)ício com Sobrecapa!

DO INÍCIO

A carta o lance as mãos da pedra Morte nos cinzentos sapiens O jogo de mentiras cede ao  Blefe insano do jornal  Comprado pelo acólito etc.  A calçada insólita memória Samba nela aqui o som da selva  Nascida  do início

OS MORTOS ESTREITANDO

Os cabelos que embranquecem Ou pulam caixões, rebeldes, são apenas os mortos de cabeça pondo algodão-doce no meu crânio à devoração da criança-tempo. As células que enrugam são apenas os estreitos de cirandas invisíveis no corpo-velha-gibraltar.