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POMADA PARA AS ALMAS

A todos os que se empapam em sopas herdadas. Ou se aprimoram na alteridade de falsas águas. A todos que chegam sem lavar os pés. A todos que não perdem a si mesmos. A todos que sentem paz como guerra. A todos que ficam na idéia que muda. A todos que quando tremem pensam no frio. A todos que quando fogem pensam que é a vez. A todos que quando odeiam pensam que não são. A todos que quando conquistam se envaidecem. A todos cuja palavra é mole espelho de pedra. Só tenho a dizer a todos que passem pomada nas almas. Nestas anímicas virilhas as feridas das ilhas profundas.

QUADRIS RELIGIOSOS

Um rosto sorridente. O celular suspenso. Formas presas, soltas No livre vestido. Parece que o universo Está a falar, florindo Em seus quadris de Eva Angélica. O sorriso é o sinal De que há explosão E a vida é solar No luar que a pensa. Em circunstância de flor No entanto, à noite, Ela deitará, enredada Em mucosas vegetais.

Desraiz

Acostumou-se a planícies roídas  e a louvar o Pai Básico. Saudades da Mãe Básica. Chorava forte como a língua do céu. Chorava tanto que um dia abalou  nuvens inermes, ralas, de finas águas. Só ficou só sustentando inerme pela angústia básica sobre os ombros. Como em criança aprendera a calar o rosto das tias, avós, mãe, irmã.   Sorriu à sua mãe, quando seu pai  a horizontalizou no abismo da pia. Ele sabe como esticar o arco,  pois sua flecha atinge invisíveis. Ali em cima da ponte, fosco, em Precipicite, ele soprou:  ação que contrariou o vento  e desenraizou mulheres. Chamavam-no O MACHO.

TRESPASSE DE MEU MAR PROFUNDO

Penso em chegar aos corvos mas há um cansaço antecipado de finalizar a meta à janela Guerras racham humanidades fomes quebram braços sedes estilhaçam estômagos Os degraus são insuficientes a meu hábito de oceano inquieto em bronze e nunca mais Minha alma se acinzenta de corvos fechando profundidades de superfície

MEU REINO VOS OFERTO

..Estou imerso no poema E aqui faço-me rei de ouros De um reino enorme. Registro sentimentos como coisas E coisas como sentimentos, Com o poder de tocá-las Com mente e coração e dedos. Daqui, de um lugar bem alto, Salto sobre dores e amores Com asas mal coladas, Exercendo o vão direito do desleixo. Caio sobre terras Costuradas com sonhos de volúpia E ali sou assistido por deusas insones De ninhos marinhos que no poema gero. Dou a estas as cores que desejo que tenham. Engendro um exército de crianças No verso que quero, inicial ou final, Para que me defendam com sorrisinhos pontiagudos. Neste poema, meus mortos ceiam comigo Lado a lado com meus vivos que morrem de rir. Comemos Vida e bebemos vinhos de Esperança. Aqui sou bom como o mais puro amor E sou perdoado por quem feri sem querer e por querer. Preciso das coisas e pessoas que aqui gero Pois sou frágil e dependente como um cão. Elas permanecerão aos olhos de quem queira ver. Preciso das pontes que aqui construo e derrubo E tr...