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OLHAR MIRANDO

Fui mirando os peixes que cheirava No oceano em coxas tuas minhas Fui mirando os peixes que comia Nas curvas tuas retilíneas Fui mirando as espinhas esguias Que ao meu olhar engasgava Fui entretecendo guelras Que em teu corpo me afogavam Fui ficando um dique profundo Onde o que era som emudecia Mas forçando em meu rio seu fluxo Verti de meu veio chuvoso O vício de chover-te em pupilas

CLAMOR

O único sinal de vida é dado nos escombros pelas mãos que clamam pela eutanásia...

RUGAS

Há corvos à espreita. É preciso não irritá-los. Crer na mente como insuspeita. Desafiar os rios da carne.

A ILUSÃO DE TECER-TE

Na cidade que é você Escalo prédios concretos, Crânios oferto pras deusas Nos altares sem porquês Na cidade que é você Corroem a cal molduras, De espanto tecem figuras Oxidadas de ver De mistérios fazem torres Por sobre as bocas de lobo, Na cidade que é você Curvas alagam qual rios Sobem altos casarios, Esquinas dobram metais Que aos meus dons imantizam Na cidade que é você Embalam tremores morros, Pontes descambam de vez, Engenheiros suicidam Por balançarem você Pra cidade que é você, Sei, meus sonhos são pequenos, E o tempo é curto, cobrindo A ilusão de a tecer

A ALMA MÁXIMA MÍNIMA

Esta é a solidão. A máxima. A mínima. Não tenho citações a fazer. Não é por gostar de Ci. Que vou ficar ciorando. Citar o papo nefando De Freud com Jungando. Ou citar Wittgeinstein E mostrar erudição. Ou distorcer o gasto Do pesar de Rabelais. Não há conter Que eu queira reler. Assistir o Cérebro Sem Pink na cabeça. Pra você, leitor. O que eu sei é pra mim. Vai ficar trancado. Não quero dividir. No imo não-saber. No ego ficará, ereto. Lição de viver. Lição de estar imoral. Não tenho dialéticas Quando como ovo frito. Nem quando há ética. A alma dói como isto, Verbalmente.

MULHER QUE É ASSALTADA

O rosto à deriva O olhar rasgado Um homem assaltou uma mulher Roubou o tempo que ela possuía E ela fugiu de  si-mesma Numa caravela cheia de colares E presilhas cortando o mar E furando outros homens Por vingança

PARA TEU ROSTOL

  Um poema sol: Teu rosto em gol Às traves de meus olhos. Vê como fica rico o poema Se deita a te contemplar Sem pensar em ganhar o pão...