Vens no rastro das coisas permanentes
no côncavo da tarde
com manhãs de amor embrulhadas, que
depositas na cadeira de ouro do descanso.
Teus cabelos inventam espaços
cachoeirando cachos pintados
de infinitos eternos.
Vens no fugidio do tempo trazendo
cacos de espelhos em pétalas,
pedaços de ser antigos
que preenchiam vasos de lua.
Teus cabelos são salmos
narrados pelo luar na quilha
das caravelas atemporais,
onde descobertas dão paz.
Vens acalmando veredas
e acelerando os córregos,
dando tremor às rochas,
curvando os lábios dos ipês,
e ainda está longe a vindima
anunciada na esquina do útero,
enquanto uvas te espremiam.
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