O poema já não sabe
se quer ser olhado,
apenas vai abrigando
palavras na mesma
alturinha em procissão,
e não sabe do objetivo
que há nelas
pois vai colhendo
a esmo
as folhas secas pelo chão,
não porque ame as secas
mais que outras
que povoam o baixo das árvores,
nem porque fira os pés dos versos
no espinho da vida e da morte,
só vai colhendo
as folhas pelo chão
e formando
estranhas sintaxes
para o escuro das gavetas
se quer ser olhado,
apenas vai abrigando
palavras na mesma
alturinha em procissão,
e não sabe do objetivo
que há nelas
pois vai colhendo
a esmo
as folhas secas pelo chão,
não porque ame as secas
mais que outras
que povoam o baixo das árvores,
nem porque fira os pés dos versos
no espinho da vida e da morte,
só vai colhendo
as folhas pelo chão
e formando
estranhas sintaxes
para o escuro das gavetas
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