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COMENDO A ÁGUA DO VENTO

Os que me viram delirando
não acreditaram no verbo
se incendiando, um mito
cheio de gasolina interna.


Disseram : ele aguenta.
Sempre foi assim, as marcas
de fogo na pele do ser
não têm fim.

Desconstruo
pra servir o pós-nascimento,
castelo arruinado
de presenciar textos cruentos.

Quero estabelecer esta fala,
mas vós sabeis que não falo
coisa com coisa,
procuro o indizível.

E aí o incêndio vem
comendo esta água de vento,
me infinitando de finitos,
agulhas sem verdade.

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