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DESDENHANDO O AÇOITE

Arranhei-te o rosto,
Toquei-te as luzernas,
Beleza de glúteo
Este em tuas pernas.

Não sei por que fiz,
Sei que fiz sem susto
O meu traço na graça
Do teu largo glúteo,

O retrato e o vinho
Do teu glúteo-altar,
Onde rezo missas
De úmido olhar,

Penso o curvo cálice
Que bem guardas lá,
Com suaves pálios...
Pudesse eu beijar...

Dos teus orifícios
De febre e prazer,
Si chamando lás
Dó re mi fá ser

No poema em si
(Teu relevo em carne)
Pudesse eu sumir
Sem muito ausentar-me,

Pois me esqueço ao ver
Teu ser de oferendas
Como é bom pensar-te
As pudendas fendas

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O CURSO DO RIO

Sei que o rio deve seguir seu curso. Mas preciso descansar entre as pedras correntes, As pedras cristalinas de seus olhos. Gostarias, sei, que eu movesse para ti Diamantes com lábios, algo assim. Mas quero-te foder a toda hora Com meus instintos de pedreira em sêmen.

É TARDE E ESTOU DENTRO

Domingo, um dia de algum abril É tarde e estou dentro de mim e de um ônibus, falo alto por fora num silêncio por dentro, bem atrás, de onde o cheiro reverbera, rodeada de uma porção de moscas humanas, de uma porção de coisas, uma mendiga entre sacos de plástico sorri sem nariz. . Uma outra mendiga finge ser madame, com um poodle de papel francês: caniche, com latido em bolhas, do imaginário desfiado em sacos plásticos de mercado. No lado esquerdo do ônibus, um ruela zé cospe nela seu cérebro podrelíquido. . Quando desço, desce a consciência comigo, caminha comigo desde há muito, a me ensinar que o excesso de perfume pode esconder uma alma empoçada. e vice-versa, ou quase.

ANTIGO NA CHUVA

A chuva no sonho máximo de alisar coisas secas pouca vergonha usa no se exibir molhada, cai vertical, nua das nuvens principais, fragmenta o agregado princípio, enquanto percorro o bigode  como um ser antigo, o sonho de folhas ao vento com a guerra ao norte  ... E começo a estender a arma eficaz - a toalha do pensar com estratégia densa, onde golpes anencéfalos esquecidos há anos aparecem do nada  e se servem dando ordem unida  na frágil luz do teatro