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HUMILDADE

É tarde e estou dentro de um bus e
bem atrás, de onde o cheiro reverbera,

de uma porção de coisas, uma mendiga
entre sacos de plástico sorri sem nariz.

Uma outra mendiga finge ser madame,
com um poodle, em francês caniche,

com voz de plástico, do imaginário
desfiado na mente branca do presente.

No lado esquerdo do ônibus, um mendigo
mela a mão com os raios de sóis líquidos.

Quando desço, descem os mendigos comigo,
caminham comigo desde há muito,

a me ensinar que o excesso de perfume 

pode esconder uma alma fétida.

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