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EM PROL DOS CANTOS

Os peixes estavam viscosos 
das águas-vivas meladas
de golfinhos e marinhas redes.
Então, em prol de cantos, ofertei-me.
Comecei a ler o jornal para Tritão.
Como a indagar de modo líquido
sem deixar que o nível estourasse
para melhor molhar sonho e sereias.
Sonante silêncio agudo fez-se nos corais.
Tubarões acenaram
com minha camisa de força de enguias.
Desembarquei nu
e como estava frio
confundiram-me com o 

iceberg que estava
de encontro marcado
com o Titanic.
Deram-me letras de nichos marinhos.
Disseram-me: nada por lá.
Observei o "dread" das sereias 

na Praia do Perequê.
Mas quando mergulhei nos ouvidos,
a inspiração pulou no mar.

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