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O MITO DA CORUJA

Falam de uma corujinha
que quando pia faz medo.
Dizem gostar de dormir
Em espinhoso arvoredo.

Espalham notícias más
de que ela provoca o frio
nas axilas de Deus
e no saco do Sombrio.

Falam que ela assombrou
mil casais de namorados,
e matou a sangue frio
anjos endemoniados.

Falam que caga em destinos,
e que a ninguém dá valia.
Que contra santos e santas
arquiteta bruxarias.

Ninguém decifra o seu nome,

dizem que mora em jazigos;
eu vi que é simples coruja,
mas não ligam ao que digo.

José diz que ela é safada,
faz macumba em várias bandas.
Que ela já está marcada
para morrer em cirandas.

Maria diz sem recato
qu'ela polui o que é bento,
que de neurônios queimados
não possui pensamentos.

Mas é só uma coruja
que se arrepia com frio.
Tá noutro lado do espelho
bicando rostos vazios.

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