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NO PAPEL SANGRANDO

Assim, o ataque.

Os dedos na carne do papel.

O papel sangrando.


O tempo redondo.

Mas há o velho modo. Carinhoso.

Há a diferença. Como saber?

Há muita subjetividade no papel com alma.

Pele de alma há que se engrossa no papel.

Pele há que se afina no papel.

O papel geme mas só quem o acarinha ou esgana ouve.

O poeta esse. Que põe as mãos e enxerga em outra linha

Inversa e sonsa a veia do papel.

E a destina tanto o carinho como o chicote. 

Sair de um estado de escuros.

Não é fácil compreender a luta do poeta e seu papel.

O que virá no ouro da pós-orelha do livro

Que está no leitor?

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