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POEMA DE MIM

Entre trovões e relâmpagos,
fingia estar 
numa tragédia de Sófocles,
frente à faca das arquibancadas,
onde olhos moravam
de pupilas raiadas 
a mostrar faces inusitadas.

Disseram-me
que não eram tão assim
quanto o meu medo os fazia,
e que eram em verdade 
belos olhos
e que não nutriam pelo palco 
grandes ódios.

Eram olhos 
que há muito tempo 
miravam ene terremotos e 
ritos pândegos de viés.

Convencido, como a voz 
de uma gralha de vidoeiro,
banhei-me na charneca onde, 
quebrando-me e rindo,
me fizeram cair os olhos e 
meu casco-cosmos se quebrou.

Tive de colar e explicar 
o poema e este ato
foi meu supremo pecado.
Fui condenado 
e suspenso por segundos 
da que sempre melecara.

Sempre me imaginara 
a réplica vitrificada 
de um Verso 
sem carnes.

Quem me vê 
assim cantando 
não sabe o Poema 
de mim.
Da máscara, eu sou 
coadjuvante e dentro.

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